9 de agosto de 2012

Escritora de Balneário Camboriú vai palestrar nua contra a pirataria

Escritora de Balneário Camboriú vai palestrar nua contra a pirataria

Vanessa de Oliveira já ganhou notoriedade por ato semelhante em frente ao Palácio do Governo peruano


Nua, com um microfone na mão e o corpo pintado com a frase "pirataria não". Domingo, é assim que a escritora Vanessa de Oliveira, 37 anos, pretende conversar com leitores na Livraria Martins Fontes, em plena Avenida Paulista, em São Paulo, sobre pirataria e incentivo à leitura.

Vanessa ganhou espaço na mídia, inclusive internacional, há duas semanas por protestar, no Peru, contra o plágio do seu segundo livro. A escritora fez topless em frente ao Palácio do Governo peruano e da catedral da capital Lima. Ela descobriu que O Diário de Marise, lançado em 2006, era vendido em barraquinhas clandestinas nas ruas da cidade.

Natural de Porto Alegre (RS), Vanessa vive em Balneário Camboriú. Um "paraíso", segundo ela. A escritora tem três livros publicados: O Diário de Marise (2006), 100 Segredos de uma Garota de Programa (2007) e Psicopatas do Coração (2012). Na tarde de terça-feira, Vanessa concedeu a seguinte entrevista à reportagem de O Sol Diário:

Por que ficar sem roupa na Avenida Paulista?

A Paulista é ponto chave do Brasil. Vou dar uma palestra em uma livraria bem conceituada, que fica na avenida. A ideia é reunir pessoas para discutir a pirataria e o incentivo à leitura. Além disso, vou contar às pessoas como é a vida de um escritor, o nosso trabalho, o melhor da profissão e como fazer para publicar livros em outros países.

Palestrar nua?

Eu quero chamar a atenção. Semana passada, fui para frente da prefeitura de São Paulo vestindo um roupão e segurando um cartaz com os dizeres "Diga não à pirataria". Ninguém me deu atenção. Depois que tirei o roupão, todos passaram a olhar e a enxergar o cartaz.

Você se inspirou no Femen, da Ucrânia, grupo de mulheres que protestam com os seios de fora contra males sociais e o turismo sexual?

A inspiração veio de perto, da Marcha das Vadias (movimento que começou no Canadá e chegou mês passado no Brasil. A marcha reúne mulheres em trajes menores que buscam igualdade de gênero). Do ponto de vista do marketing, estar sem roupa é uma excelente estratégia.

Mas você fala isso porque tem um belo corpo.

Tenho noção que meu corpo é bonito. Mas não me sinto mulher-objeto fazendo este tipo de protesto. As pessoas podem enxergar dessa maneira. Ter o corpo e a forma física harmoniosos, para mim, é um plus do meu trabalho. É diferente de colocar um vendedor barrigudo e careca. Não vai vender.

Por que você é contra a pirataria?

Levei tempo para desenvolver minhas obras. E acho que elas não podem ser distribuídas por aí, sem cobrança. O rapaz que disponibilizou meu livro na internet (não citou o nome) tirou o link do ar. Eu nem precisei pedir. Ou seja, os meus protestos têm surtido efeito.

E esse interesse todo por sexo?

Faz parte de mim. Vivi intensamente a sensualidade e a sexualidade. Eu nunca vi o sexo como tabu. Eu fico sem roupa em casa e quando chega alguém aqui, se for mulher, eu nem me visto. Meus amigos e familiares já se acostumaram. Eu saí de casa muito cedo e nunca dei satisfação da minha vida para ninguém.

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