15 de agosto de 2012

Compreender a incompreensão

Compreender a incompreensão

Como compreender a incompreensão humana? Como descobrir o motivo de tantas incompreensões, discórdias e picuinhas? Como diria a canção de Lulu Santos: “Tanto bons quanto maus motivos, tantas vezes desilusão, quase nunca a vida é um balão”.

O signo da incompreensão é representado pela impossibilidade de compreender e ser compreendido. Trata-se da incapacidade de romper o universo individual do próprio pensamento, permitindo novas realidades, verdades e experiências. O que poderia ser simples se apresenta como complexo, reflexo da diversidade cultural humana, nem sempre compatível com o entendimento, com o amor, com a solidariedade, enfim, com a compreensão do desconhecido.

Esse sentimento incerto e apreensivo gera muitas vezes uma instabilidade emocional no vivente que, não sabendo o que lhe aguarda, prefere a segurança do universo pessoal, fechando-se defensivamente para a experiência alheia. Insatisfeito com o desconhecido, desconfortável com o desprazer da instabilidade que pode colocar seu mundo “de pernas para o ar”, o sujeito nega a existência de lacunas e de outras verdades que poderiam desfazer valores, ideias e credos tidos como sólidos e incontestáveis.

Acabamos eliminando outras experiências ricas por nossa própria imperfeição na arte de se comunicar com o diverso. A imperfeição, o medo, a defesa, enfim, a teimosia de negar o desconhecido, acabam gerando discórdia, destruição, amargor, corrupção, tristeza, ódio e desesperança.

Compreender a incompreensão do outro significa conhecer primeiro a incompreensão em si próprio, evitando expectativas de acertos e verdades absolutas. Dito de outra forma, é preciso abrir a guarda, respirar fundo, não se cobrar tanto e experimentar outras possibilidades. (...) Mas tudo bem, pois o amor humano nos cura de uma loucura qualquer!

AFFONSO GHIZZO NETO, PROMOTOR DE JUSTIÇA E IDEALIZADOR DO PROJETO O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?

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